Não deixe que pragas e doenças comprometam sua colheita: conheça as principais doenças dos ciclos inicial e vegetativo da soja

No ciclo da soja, cada planta conta, e cada doença combatida é um passo em direção à abundância. Preparamos um artigo com as principais doenças dos ciclos inicial e vegetativo desta cultura e as melhores estratégias para mantê-las bem longe do seu cultivo. Boa leitura!

Introdução

Você sabia que as doenças da soja podem reduzir a produtividade em até 30%? Esses invasores silenciosos são responsáveis por enormes prejuízos anualmente, afetando diretamente a rentabilidade da sojicultura. 

A compreensão das doenças do ciclo da soja é crucial para garantir uma colheita saudável e produtiva. Entender quais são os principais vilões que atacam sua lavoura é o primeiro passo para protegê-la. Vamos nessa?!

Doenças da Fase Inicial

Na fase inicial da cultura da soja, os fungos representam a principal ameaça para a lavoura. Eles são responsáveis pelo tombamento, séria enfermidade que pode levar à morte da planta já nos seus primeiros dias de vida.

Os fungos mais conhecidos são:

1- Rhizoctonia sp. e Rhizoctonia sp.

São dois fungos distintos, porém com danos e sintomas semelhantes. São encontrados naturalmente no solo e por isso podem sobreviver por vários anos. Se propagam através de esporos, dispersos pela água, vento ou contato direto com a planta infectada (maquinários, por exemplo).

O ambiente ideal para a proliferação possui a temperatura ideal entre 15 e 25°C e, depois da infecção, os fungos penetram as raízes das plantas e começa a se multiplicar, causando lesões, apodrecimento e enraizamento deficiente, prejudicando a absorção de nutrientes e o desenvolvimento da planta.

Além do tombamento, as doenças podem provocar o apodrecimento do colo da planta, levando a morte da mesma.

O controle se dá através da junção de medidas culturais e químicas, como o tratamento de sementes, cultivares resistentes, rotação de culturas, aração profunda do solo e controle de plantas daninhas.

2- Phytophthora 

O fungo sobrevive por meio dos restos culturais da lavoura, podendo resistir por anos. Em condições favoráveis (solo úmido e temperaturas entre 15 e 25°C), ocorre a liberação do fungo no solo, que sai em busca das raízes da soja.

Quando penetra as raízes, o fungo provoca o apodrecimento da mesma, fator que compromete a absorção de água e nutrientes, ocasionando plantas murchas, clorose, redução do crescimento e até mesmo a morte.

Para controlar a doença, o produtor deve investir nos controles químico, biológico e cultural:

Rotação de culturas com plantas não hospedeiras;

Aração profunda do solo para enterrar restos de plantas infectadas;

Plantio em solos bem drenados;

Manejo adequado da irrigação;

Uso de sementes tratadas com fungicidas;

Cultivo de variedades resistentes à doença;

Aplicação de fungicidas adequados;

Aplicação de bactérias e fungos benéficos, que estimulam a resistência natural das plantas e competem com o patógeno.

A é Phytophthora uma doença que pode atacar a planta em qualquer fase produtiva, não somente na fase inicial. 

3- Colletotrichum sp.

Este é um fungo que causa a antracnose na soja, podendo sobreviver no solo, em restos de plantas infectadas e em sementes e se propagando por meio de esporos, que são dispersos pelo vento, água ou contato com plantas infectadas.

Temperaturas entre 20 e 30°C são o ambiente ideal para a infestação desta praga, que invade as raízes das plantas por meio de lesões ou aberturas naturais, provocando o apodrecimento dos tecidos vegetais, necrose dos cotilédones e hipocótilo, levando ao tombamento.

O controle é feito por meio do uso de sementes tratadas e sadias, uso de variedades resistentes, rotação de culturas e controle de plantas daninhas.

A antracnose é uma doença que pode atacar a planta em qualquer fase produtiva, não somente na fase inicial. 

5- Sclerotium rolfsii e Fusarium sp.

São fungos patogênicos, que causam danos significativos à cultura da soja. O primeiro é popularmente conhecido como “podridão branca da haste” ou “míldio do sulco”. Já o segundo, pode provocar diversas doenças diferentes.

Estes fungos resistem no solo por anos e se desenvolvem melhor em temperaturas de 20 a 30°C.

Os micélios atacam as raízes, colo e base do caule da soja, no caso do Sclerotium rolfsii, é formado um micélio branco e espesso, que se espalha pela planta, impedindo a absorção de água e nutrientes e produzindo toxinas que causam murcha e apodrecimento.

Algo semelhante acontece com o Fusarium sp, que se espalha pela planta, causando a podridão das raízes, caules e vagens.

Além dessas consequências, os fungos também podem promover uma emergência lenta e irregular das plantas, tombamento, apodrecimento do colo e, em casos severos, a morte.

A associação dos controles químico, cultural e biológico é ideal para controlar a doença. Para isso, o produtor deve tomar medidas semelhantes às adotadas para eliminar o fungo Phytophthora:

Rotação de culturas com plantas não hospedeiras;

Aração profunda do solo para enterrar restos de plantas infectadas;

Plantio em solos bem drenados;

Manejo adequado da irrigação;

Uso de sementes tratadas com fungicidas;

Cultivo de variedades resistentes à doença;

Aplicação de fungicidas adequados;

Aplicação de bactérias e fungos benéficos, que estimulam a resistência natural das plantas e competem com o patógeno.

Doenças da Fase Vegetativa

1- Mancha Parda

Causada pelo fungo Septoria glycines, essa doença pode ser uma verdadeira dor de cabeça para os produtores. 

Seus sintomas incluem pequenas lesões circulares, que evoluem para manchas necróticas nas folhas mais velhas, que podem causar desfolha precoce e afetar significativamente a sua produtividade.

A rotação de culturas e a escolha de variedades resistentes são medidas de controle eficazes. Além destas, considere o uso criterioso de fungicidas com aplicação no momento certo. 

É fundamental estar atento ao ciclo da doença, que se inicia nas folhas inferiores e pode ascender rapidamente se as condições forem favoráveis.

2- Crestamento Foliar de Cercospora

O Crestamento Foliar de Cercospora é uma ameaça que pode comprometer toda a sua lavoura. O fungo causador vive no solo e resíduos de culturas anteriores. Ele aproveita condições úmidas e temperaturas amenas para infectar as plantas, espalhando-se rapidamente pelas lavouras.

Os primeiros sintomas são pequenas lesões circulares ou angulares e com um centro acinzentado. 

O controle eficaz envolve práticas integradas de manejo. Desde a escolha de sementes resistentes até a aplicação correta de fungicidas – cada etapa é crucial no combate à doença. Além disso, rotacionar culturas e monitorar as condições climáticas pode reduzir significativamente os riscos de surtos.

3- Crestamento Bacteriano

O crestamento bacteriano na soja é uma ameaça silenciosa, mas com sintomas claros e estratégias de controle eficazes.

Dentre os sinais, destacam-se: manchas amareladas nas bordas das folhas, que evoluem para um aspecto enrugado e aquoso, provocando a murcha da planta. A detecção precoce é a melhor defesa contra a doença.

O ciclo do crestamento bacteriano avança junto com as chuvas e a umidade, além de ser favorecido por sementes, plantas e água contaminadas. Por isso, o manejo adequado é fundamental. Rotacione culturas, escolha sementes resistentes, invista no manejo fitossanitário e mantenha práticas agrícolas que fortaleçam suas plantas.

4- Ferrugem Asiática

A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e representa uma ameaça constante que pode afetar drasticamente sua colheita.

Os sintomas são pústulas avermelhadas nas folhas, semelhantes à ferrugem, que favorecem o amarelecimento prematuro, ocasionando a desfolha e afetando a produtividade.

 O controle começa com a escolha certa de cultivares resistentes e o uso eficiente de fungicidas. Mas não para por aí! A prevenção é uma estratégia constante, que inclui monitoramento regular das plantações, eliminação das plantas daninhas, uso de agentes biológicos e rotação de culturas, além do respeito à normativa vigente no país, que é o Vazio Sanitário.

5- Mancha Bacteriana Marrom

A doença é causada por bactérias que se espalham rapidamente em condições de alta umidade e temperatura e pode provocar perdas de até 25% na lavoura, dependendo da gravidade. 

Seus sintomas incluem pequenas lesões circulares ou irregulares que escurecem com o tempo. Fique sempre atento às folhas mais novas, pois são as primeiras a apresentar os sinais.

As bactérias penetram nas plantas através de ferimentos ou aberturas naturais e, uma vez dentro da planta, se multiplicam e liberam toxinas que causam a morte dos tecidos.

O controle efetivo envolve uma combinação de práticas agronômicas, como a rotação de culturas, controle de plantas invasoras e escolha cuidadosa de cultivares resistentes. O uso de agentes biológicos também pode ajudar, como o uso de bactérias antagonistas.

6- Oídio

Causado pelo fungo Microsphaera diffusa, o Oídio é uma doença foliar que atinge a soja e provoca grandes perdas em produtividade.

A doença é caracterizada pelo surgimento de uma fina camada esbranquiçada, pulverulenta, formada por esporos do fungo e micélio que, por ocuparem uma grande área na superfície das folhas, acaba prejudicando a fotossíntese e ainda provoca a desfolha precoce da planta, reduzindo o número de vagens e o peso dos grãos.

Para controlar a doença, o produtor deve utilizar manejos culturais, preventivos e químicos, como escolha de cultivares resistentes, rotação de culturas, controle de plantas daninhas, irrigação adequada e pulverizações com defensivos químicos quando há alta infestação.

Essa é uma das doenças mais comuns no Brasil.

7- Nematoides

Os nematoides representam uma grave ameaça para a sojicultura brasileira, com perdas financeiras e de produtividade grandiosas. Segundo a SBN – Sociedade Brasileira de Nematologia, a presença destes vermes na lavoura pode causar perdas de até R$ 35 bilhões todo ano.

  • São 4 as principais espécies que atacam a soja, sendo elas:

Nematoide de Cisto da Soja (Heterodera glycines)

Nematoide das Galhas (Meloidogyne spp.)

Nematoide das Lesões Radiculares (Pratylenchus brachyurus)

Nematoide Reniforme (Rotylenchulus reniformis)

  • Por serem invisíveis, a identificação se dá por meio dos sintomas visuais emitidos pela planta e/ou através da análise de solo. Se as plantas apresentarem:

Baixo vigor;

Pouco desenvolvimento da parte aérea;

Clorose das folhas;

Raízes anêmicas, curtas ou demasiadamente escuras.

Conclusão

Neste percurso pelo universo da soja, desvendamos juntos os desafios e soluções para proteger sua lavoura das doenças que podem comprometer a produtividade em cada etapa dos ciclos inicial e vegetativo.

Desde a identificação precoce na fase inicial até as práticas sustentáveis na fase final, reforçamos que a prevenção e o controle efetivo são fundamentais para uma colheita de sucesso.

Com estratégias certificadas e o apoio de insumos como o FMX Tratto, primeiro remineralizador de solos registrado no Brasil, você não apenas combate pragas, mas também nutre sua terra com respeito ao meio ambiente. 

A certificação no MAPA garante que você está fazendo escolhas responsáveis que promovem a sustentabilidade em seu cultivo!

Então, ao escolher o método de combate às doenças do ciclo da soja, considere que a sustentabilidade não é só bom para a terra, é bom para os negócios!

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